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Quem sou eu

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Ceilândia, Distrito Federal, Brazil
Eu sou a educadora Deise Saraiva,graduada em Pedagogia pela Universidade Católica de Brasília, Pós graduada em Educação Especial - Deficiência Mental também pela UCB, Pós Graduada em Formação de Professores pela Universidade de Brasília e Mestre em Educação pela UnB. Com vasta experiência em diferentes áreas de atuação na educação: alfabetização, supervisão educacional, gestão escolar, formação de professores e professora especialista em Sala de Recursos (Atendimento Educacional Especializado para alunos especiais). Sou membro da RIC - Rede Internacional de Cuentacuentos, fundadora do grupo de contadores de histórias "Histórias e Tagarelices" (DF) e, claro, totalmente, apaixonada por histórias! Além disso tudo, ainda tenho a marca do sangue de Jesus em minha vida e por isto amo anunciar o Evangelho também através de histórias... Em fim, amo histórias, amo minha família, amo o meu trabalho e amo o meu DEUS!!!!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DEFICIÊNCIA VISUAL


O aluno com deficiência visual chegou... e agora?
Por Deise Saraiva

1. Entenda o caso, cada criança é única

Ao receber pela primeira vez um aluno Cego (5º ano do Ensino Fundamental, 11 anos de idade) em uma escola classe de ensino regular, ainda que na perspectiva de Inclusão, enfrentamos grandes desafios, porém todos poderão ser superados com um trabalho em equipe articulado com a família e todos os segmentos da comunidade escolar.
            Eu, Deise Saraiva, como professora responsável pela Sala de Recursos da EC "X", tenho o papel imprescindível de propor ações tanto nos dois dias de atendimento da SR como para o professor regente (5º ano), equipe pedagógica, equipe gestora e discentes. Para isto, partirei de um Plano de AEE em três frentes: Atendimento Educacional Especializado Individualizado do aluno ”X”, AEE Coletivo voltado para professores, alunos e escola como um todo e articulação também com outras Instituições.

        2. Proponha ações de caráter mais individualizado

ü  Promover o reconhecimento do espaço da Sala de Recursos e da Sala de aula através da mão-sobre-mão (em que o alunos coloca sua mão sobre a mão da professora e toca objetos e pistas de identificação);
ü  Buscar identificar a melhor adequação postural do aluno para atividades pedagógicas e lúdicas diversas;
ü  Promover momentos de vivências de passeio pela escola para que ele possa se apropriar da organização espacial da escola e da sala de aula, construindo com ele pistas de identificação (o que pressupõe a sua orientação e mobilidade no ambiente escolar);
ü  Caminhar ao ar livre, explorando pelo cheiro, pelo tato e pelo corpo inteiro as texturas e as formas das árvores, a terra, as pedras e as plantas do pátio da escola, identificando pessoas e animais (pássaros, por exemplo) que os ocupam;
ü  Identificar as diferentes temperaturas, o jogo de luz e sombras, a chuva e o sol nas dependências da escola, identificando pessoas que os ocupam;
ü  Construir objetos de referência e informar isto ao professor regente, apresentando através de seus significados especiais, pessoas, objetos, lugares, conceitos e especialmente a rotina diária (um objeto para cada atividade do dia, por exemplo);
ü  Auxiliar, inicialmente, e orientar em atividades de vida autônoma como: alimentação, higiene e vestuário;
ü  Trabalhar a autoestima e autodescoberta do aluno “X” em aspectos como: integrações afetivo-social, tolerância à frustração, atenção, concentração e memória, orientação espaço-temporal e ritmo;
ü  Fortalecer a capacidade de simbolização através de músicas, histórias, parlendas etc;
ü   Promover a criação artística, tanto individual como em grupo através de colagens, pinturas etc;
ü  Identificar, através da observação na sala de aula: a quantidade de luz mais adequada ao aluno, monitorar as fontes de iluminação da sala de aula, principalmente das janelas e dispor o aluno e o professor em posições estratégicas que favoreçam a percepção do aluno cego e sua participação na aula de acordo com as atividades propostas;
ü  Construir marcação ou organização de cantos temáticos tanto na sala de recursos como em sala de aula (neste caso, em parceria com o professor regente);
ü  Nos momentos de atividades em laboratório de Informática: priorizar o uso de fone de ouvido, dispor de teclado Braille e/ou utilizar software que “leia/descreva” para o aluno cego;
ü  Para avaliar o AEE, adotarei procedimentos que envolvam observações cotidianas, livres e estruturadas nos atendimentos, nas oficinas e nas diferentes atividades promovidas no contexto escolar;

      3. Proponha atividades de caráter coletivo

ü  Promover uma reunião com a Equipe Gestora, Equipe Pedagógica, SOE, Equipe de Apoio a Aprendizagem, professor regente e família a fim de esclarecer as peculiaridades do aluno cego que a escola está recebendo e identificar os interesses e possibilidades do mesmo. Para isto, estar munido de Relatório Médico e Psicopedagógico (disponível na pasta do aluno ou, em último caso, na escola em que o aluno estudou no ano anterior);
ü  Capacitar professores quanto aos pressupostos teóricos e informações referentes à cegueira e ao processo de ensino e aprendizagem da criança cega;
ü  Assegurar a participação ativa da família no processo educacional;
ü  Mediar ações relacionadas à adequação necessária para promover a potencialidade do aluno cego nas diversas atividades do contexto escolar (festividades, momentos cívicos, momentos culturais, passeios entre outros);
ü  Planejar o ambiente adequadamente para que o aluno cego tenha condições favoráveis de interação com pessoas e objetos;
ü  Orientar professores sobre a importância dos recursos adaptados e materiais pedagógicos, bem como as modificações do ambiente escolar (com pistas em Braille e sentar o aluno próximo ao interlocutor, por exemplo);
ü  Orientar o professor regente sobre: antecipar o que vai acontecer ou o local em que vai acontecer a atividade prevista; estimular o aluno a se comunicar e explorar o ambiente; buscar saber com o próprio aluno cego se ele está compreendendo o que está acontecendo durante a aula e no ambiente;
ü  No caso de utilização de imagens em sala de aula ou distribuídas no espaço escolar é importante disponibilizar sua descrição em Braille e até mesmo contornar com relevo o que for mais importante e significativo para a aprendizagem e para que o aluno possa imaginar o que é ou o que se trata;
ü  Criar, em parceria com a equipe pedagógica e professor regente, instrumentos de registro com vistas a uma avaliação pedagógica processual e contínua (como por exemplo portfólio). Observando as estratégias a serem delineadas, previsão do tempo das atividades, formas de aplicação, avaliação e reavaliação constante da proposta educacional e das situações de aprendizagem que serão oferecidas ao aluno cego;
ü  Sensibilizar os alunos quanto à conservação das pistas distribuídas pela escola;
ü  Disponibilizar material impresso que traga informações de como se portar diante de um colega cego, para evitar desconforto, aborrecimento e ações incorretas;
ü   Orientar colegas da classe a se identificar antes de iniciar sua fala e que falem um de cada vez para que o colega cego consiga acompanhar a ideia/raciocínio.

       4. Busque articulação e parceria com outras instituições

ü  Adquirir uma impressora Braille para que o aluno possa ter acesso a textos diversos e lê-los;
ü  Adquirir uma máquina Perkins e ou a reglete para uso do aluno em sala de aula;
ü  Adquirir rotuladores que permitem escrever no sistema Braille em plástico;
ü  Promover e assegurar direitos do aluno cego através de parcerias com as Secretarias de Transporte, Obras, Saúde, Educação, Assistência Social e das instituições do entorno da escola (comércio).

5. Finalmente...

É importante ressaltar que estas ações demandam tempo e agilidade, pois o aluno cego já está na escola e não pode esperar... além disso, nem sempre contamos com a formação específica dos profissionais de educação e, por esta razão, se faz necessário construir na coordenação pedagógica espaços para estudo e pesquisa.
Finalmente, não é possível a inclusão de fato e de verdade se não houver um trabalho em parceria entre escola e famílias no acolhimento deste novo aluno, o aluno cego.

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