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Ceilândia, Distrito Federal, Brazil
Eu sou a educadora Deise Saraiva,graduada em Pedagogia pela Universidade Católica de Brasília, Pós graduada em Educação Especial - Deficiência Mental também pela UCB, Pós Graduada em Formação de Professores pela Universidade de Brasília e Mestre em Educação pela UnB. Com vasta experiência em diferentes áreas de atuação na educação: alfabetização, supervisão educacional, gestão escolar, formação de professores e professora especialista em Sala de Recursos (Atendimento Educacional Especializado para alunos especiais). Sou membro da RIC - Rede Internacional de Cuentacuentos, fundadora do grupo de contadores de histórias "Histórias e Tagarelices" (DF) e, claro, totalmente, apaixonada por histórias! Além disso tudo, ainda tenho a marca do sangue de Jesus em minha vida e por isto amo anunciar o Evangelho também através de histórias... Em fim, amo histórias, amo minha família, amo o meu trabalho e amo o meu DEUS!!!!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DEFICIÊNCIA FÍSICA


Buscando condições de ensino para atuar com o aluno Deficiente Físico
Por Deise Saraiva

O trabalho pedagógico do educador é, sem um dúvida um grande desafio, independente da idade e da modalidade em que se vai atuar. Quando se refere à educação especial, o desafio se torna ainda maior, pois ainda estamos trilhando uma longa caminha rumo à inclusão.
Em relação ao trabalho pedagógico com alunos com deficiência física, quanto maior a lesão e as limitações físicas do aluno, maior deve ser o empenho e a busca do educador para auxiliar este aluno no seu aprendizado, vislumbrando seu potencial.
Quero considerar, um aluno com tetraplegia, com um tipo de lesão que ocorreu no nível do pescoço (região cervical), com uma paralisia do pescoço para baixo, imobilizando os braços e as pernas. Ainda que com uma paralisia completa, este aluno se encontra na sala de aula e sob a minha responsabilidade (que é de toda a escola também).
Em relação às condições deste aluno tetraplégico, identificamos a seguinte situação: o aluno possui dificuldades motoras, todavia precisa cuidados especiais. Sendo assim, como os estímulos do cérebro para a bexiga e intestinos foram interrompidos, por causa da lesão medular, é preciso que o professor e monitor/cuidador tenham atenção especial nos momentos de higiene, evitando situações constrangedoras ou complicações (como fezes empedradas), além disso, é preciso proporcionar a ingestão de líquidos em abundância. Esses pequenos detalhes facilitarão as relações dele com os colegas e melhora seu aproveitamento em sala de aula.
Logo de início, é importante que o educador consulte o aluno sobre suas necessidades e expectativas de aprendizagem, tratando-o como alguém que apresenta condições mentais e cognitivas para a aprendizagem e que precisa apenas de uma adaptação física e estrutural para melhor se adaptar ao ambiente e assim conseguir ser independente. É preciso se ter em mãos o diagnóstico completo de quem é este aluno: quais são suas reais limitações? Usa fraldas ou sondas? Qual o seu ritmo de aprendizagem? Suas maiores dificuldades e facilidades? Como é feita a fixação do tronco na cadeira de rodas? Quem fará a remoção da urina e qual o procedimento correto? Consegue utilizar instrumentos com a boca ou não? Entre outras questões.
De modo geral, a escola que recebe um aluno com tetraplegia necessita de um plano individualizado de adequação curricular. Este plano é elaborado com a equipe pedagógica (principalmente com o auxílio do professor da sala de recursos). Algumas adaptações necessárias:
ü    Físicas: devem acontecer no ambiente escolar, facilitando o acesso do aluno à sala de aula, ao banheiro, à cantina, ou seja, a construção de rampas, corrimão, alargamento de portas, ambiente arejado e espaço adequado para que esse aluno circule com a sua cadeira.
ü    Sala de aula: deverá ser no piso térreo (no caso de escola com andar) para facilitar a locomoção da cadeira, sendo que o aluno deverá ficar em uma posição que consiga ler as anotações do quadro e interagir com os colegas, ou seja, na frente e no centro, de modo que o mesmo esteja em local de melhor visualização do quadro. As carteiras deverão ser dispostas de maneira que todos possam interagir na sala com este aluno. Certamente, a carteira será adaptada para poder encaixar a cadeira de rodas;
ü    Recursos: adaptações físicas no período em que estiver sentado na cadeira de rodas (postura correta com a utilização de almofadas ou faixas para estabilização do tronco ou velcro); Programas (softwares) especiais de acessibilidade adaptados para comando de voz; Mouse Ocular; Teclado Virtual e Acionadores;
ü     Com o aluno: além dos cuidados com a higiene, os cuidados com a postura também são importantes cuidados para evitar o surgimento de escaras com mudanças na posição, de tempos em tempos, evitado assim o cansaço por estar na escola várias horas sentado;
ü    Turma e Comunidade em geral: preparar a todos da classe e da escola para a chegada do colega deficiente, ressaltando que: a deficiência física não compromete a parte cognitiva da pessoa; se a conversa for demorar mais do que alguns minutos, se for possível sente-se, para que você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível; a cadeira de rodas (assim como bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo e não é bom que colegas se agarrarem ou apoiem - se na cadeira de rodas; nunca movimentar a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para a pessoa; ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, fazê-lo com cuidado; não há motivo de constrangimento usar palavras como "andar" e "correr", pois as pessoas com deficiência física empregam naturalmente essas mesmas palavras; trate a pessoa com deficiência física com a mesma consideração e respeito que cada um usa com as demais pessoas.
Finalmente, é essencial o papel do educador como um importante mediador que irá favorecer a inclusão desse aluno no ambiente escolar, apresentando-o como uma criança como qualquer outra, que pensa, tem atitudes e vontade própria, incentivando aos alunos a respeitar as diferenças. Sendo assim, a pessoa com deficiência poderá ser vista pelo prisma da sua potencialidade e não apenas o das suas limitações.


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