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By Ferramentas Blog

Quem sou eu

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Ceilândia, Distrito Federal, Brazil
Eu sou a educadora Deise Saraiva,graduada em Pedagogia pela Universidade Católica de Brasília, Pós graduada em Educação Especial - Deficiência Mental também pela UCB, Pós Graduada em Formação de Professores pela Universidade de Brasília e Mestre em Educação pela UnB. Com vasta experiência em diferentes áreas de atuação na educação: alfabetização, supervisão educacional, gestão escolar, formação de professores e professora especialista em Sala de Recursos (Atendimento Educacional Especializado para alunos especiais). Sou membro da RIC - Rede Internacional de Cuentacuentos, fundadora do grupo de contadores de histórias "Histórias e Tagarelices" (DF) e, claro, totalmente, apaixonada por histórias! Além disso tudo, ainda tenho a marca do sangue de Jesus em minha vida e por isto amo anunciar o Evangelho também através de histórias... Em fim, amo histórias, amo minha família, amo o meu trabalho e amo o meu DEUS!!!!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Grupo "HISTÓRIAS E TAGARELICES"

Participação do nosso Grupo "Histórias e Tagarelices" no Sarau de Histórias no Auditório do Taguapark - DF no dia 08/11/2012...
 
 
 
 
O MACACO E A VELHA

Era uma casa em cima do morro. A velha morava lá. Na frente tinha um jardim e atrás um montão de bananeira. Perto da porta da cozinha ficava uma escada de pegar banana. A escada quebrou. As bananas estavam madurinhas.
Um macaco vinha passando e a mulher chamou:
- Me ajuda a catar?
O macaco disse que sim. Trepou pelas folhas, deu um suspiro e desandou a comer tudo quanto foi banana bem bonita.
A velha gritou:
- Safado!
O macaco ria.
- Pilantra!
A mulher ralhava. O macaco só jogava pra velha banana verde ou então fedida, cheia de mosca e mancha preta. Depois o macaco deu até logo e foi embora.
A velha juntou a banana que sobrou, xingando e caraminholando.
Mandou fazer uma boneca grudenta de cera. Botou na porta da casa, junto de uma cesta cheia de banana. E ficou agachada espiando.
Passou um dia. Nada.
Passou outro dia.
No terceiro, o macaco passou e sentiu um cheirinho bom. Veio chegando:
- Ô, Caterina! Quero banana...
A boneca nem se mexeu. No céu, um sol de rachar.
O macaco pediu outra vez. A boneca quieta. O macaco falou grosso:
- Me dá uma banana, ô Caterina, senão leva um tapa.
A boneca nada e ele – pá – deu e ficou com a mão colada no beiço da moça de cera.
- Larga minha mão senão leva um beliscão!
A boneca nem ligou. O macaco deu e ficou com a outra mão presa.
- Me solta, ô Caterina! Me solta senão toma um chute!
Esperou que esperou. Meteu o pé e ficou mais grudado ainda.
- Diaba! Moleca! Me larga, ô Caterina! – berrou o macaco preparando outro pé.
Chegou a velha arregaçando os dentes:
- Agora você me paga!
Levou o macaco lá dentro e mandou a cozinheira preparar o coitado para comer na janta.
A empregada foi e fez.
Na hora de matar, o macaco revirou os olhos e cantou:
me mata devagar
que dói,dói, dói
eu também tenho filhos
que dói, dói, dói

Na hora de esfolar, o macaco cantou:

me esfola devagar
que dói,dói, dói
eu também tenho filhos
que dói, dói, dói

Na hora de temperar, o macaco cantou:

me tempera devagar
que dói,dói, dói
eu também tenho filhos
que dói, dói, dói

Na hora de assar, o macaco cantou:

me assa devagar
que dói,dói, dói
eu também tenho filhos
que dói, dói, dói

A cozinheira serviu o macaco num prato enfeitado com arroz, feijão-preto, couve, farofa e mandioca frita.
A velha estalou a língua, sorriu, cortou um pedaço e mordeu.
Na hora de mastigar, o macaco cantou:

mastiga devagar
que dói,dói, dói
eu também tenho filhos
que dói, dói, dói

A velha estranhou, apertou os olhos mas comeu tudinho. Foi quando deu uma dor de barriga daquelas, pior do que rebuliço nas tripas. A mulher levantou, sentou, andou para lá e para cá. Não teve jeito, era o macaco pedindo:
- Quero sair.
A velha respondeu:
- Sai pelas orelhas.
- Não posso não, que tem cera – gritou o macaco. – Quero sair!
A barriga da mulher doía.
- Sai pelo nariz.
- Tá assim de gosma. Quero sair!
A barriga roncava cada vez mais.
- Sai pela boca.
- Pela boca não dá que tem cuspe. Quero sair!
Aí a velha estufou que estufou, estufou e pum!
Foi um estouro que se ouviu lá de longe.
E de dentro dela saiu o macaco e mais um bando de macaquinhos, tudo tocando viola, dançando e cantando:

eu vi o bumbum da velha ia, ia
eu vi a bumbum da velha iô, iô


AZEVEDO, Ricardo. Meu primeiro de Folclore. São Paulo: Editora Ática, 2006

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