Olá pessoal! Sejam todos bem vindos ao nosso blog!!! Aqui você encontra histórias e adaptações sobre diferentes temas... com a utilização de técnicas diversificadas e materiais simples e de fácil acesso... Além disso, você conta com alguns vídeos sobre os projetos que eu, professora Deise, desenvolvo há alguns anos... Agora, é só curtir, aproveitar e compartilhar...
TRADUÇÃO/TRANSLATOR
Quem sou eu
- Deise ama histórias
- Ceilândia, Distrito Federal, Brazil
- Eu sou a educadora Deise Saraiva,graduada em Pedagogia pela Universidade Católica de Brasília, Pós graduada em Educação Especial - Deficiência Mental também pela UCB, Pós Graduada em Formação de Professores pela Universidade de Brasília e Mestre em Educação pela UnB. Com vasta experiência em diferentes áreas de atuação na educação: alfabetização, supervisão educacional, gestão escolar, formação de professores e professora especialista em Sala de Recursos (Atendimento Educacional Especializado para alunos especiais). Sou membro da RIC - Rede Internacional de Cuentacuentos, fundadora do grupo de contadores de histórias "Histórias e Tagarelices" (DF) e, claro, totalmente, apaixonada por histórias! Além disso tudo, ainda tenho a marca do sangue de Jesus em minha vida e por isto amo anunciar o Evangelho também através de histórias... Em fim, amo histórias, amo minha família, amo o meu trabalho e amo o meu DEUS!!!!
quinta-feira, 26 de abril de 2012
PEÇA: O OUTRO LADO DA HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O OUTRO LADO DA HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Deise Saraiva
Cenário : Projeção do sertão do Nordeste e o retirante trabalhando e ouvindo o rádio
Narração: JK construirá nova Capital, que será chamada Brasília e convoca trabalhadores de todo país.
O retirante escuta a informação com surpresa e fala:
Retirante: Esta é a oportunidade de dar uma vida mió pra mim , pra minha muié e meus fio. Mas vou sozinho pruque o dinheiro tá curto , só dá pra ir um no pau de arara.
Música” Só deixo o meu Cariri num último pau de arara”
Cenário: Imagem do pau de arara chegando no DF.
Narração: Chico chega no Planalto Central e encontra a terra vermelha, o sol forte e muito trabalho. E no coração a saudade da família e a esperança de uma vida melhor. Passaram dias, semanas e meses. A saudade crescendo Chico resolve escrever para Ana, sua esposa.
Querida Ana, que sodade de oceis, a vida aqui num tá fácil não . trabaio o dia todo erguendo uns prédio bunitu de sumir no alto do céu, neles vai trabaia os deputado, também o presidente, todas as gente importante do Brasil. Tamo tudo morando numas barracas aqui na Cidade Livre . Trabaio muito mas não deu de juntar nada mal dá pra pagar a comida de cada dia. Tem uns colega que trouxe as famia, mas tenho fé em Deus que ainda vou buscar oceis.Ana , minha muié , a obra já terminando e já vai inargurar a nova capital e dizem que o tar presidente vai tá aqui , o povo diz que vai ser uma festa por demais bonita .
Cenário: cenas da inauguração
Entra Brasília ao som do Hino de Brasília.
Brasília: Depois de alguns anos de construção, estou linda e maravilhosa, novinha em folha para receber as principais autoridades dos país. Políticos, religiosos, acadêmicos. Mas peraí ...Quem é você? O que está fazendo aqui?
Retirante: Mas Brasília, ocê num me conhece? Estive todos esses anos dando meu sangue e suor par te deixar linda, muitos colegas meus morreram nos canteiro de obras, nas estruturas dos prédios , se misturando ao concreto. Deixei meu sertão e minha famia por ocê.
Brasília: Não te conheço, com esse trapo, vejo que você não é nenhum político, nenhum mestre, nenhum bispo ... Não fui criada para pessoas como você. Eu sou capital, fui erguida no coração do Brasil. Eu sou o centro das decisões, do poder , do dinheiro. E você não tem nada disso .
Retirante: É verdade Dona Brasília, que não tenho estudo, mal sei assinar meu nome, num tenho dinheiro, o pouco que ganhei foi fruto do meu trabaio. E a única decisão que tomo é continuar lutando todos os dias pra dar um futuro mio pro meus fios. Poder ???? num tenho não! Mas quando vim pra cá em cima de uma pau de arara, o povo dizia que a senhora seria a capital da esperança , que foi construída no centro desse mundão para aceitar todo mundo .
Brasília: E você acreditou? Dai vejo sua ingenuidade e ignorância, quem poderia pensar que uma capital seria do povo? E falando nisso, você já ficou demais aqui, não preciso mais de sua força e trabalho, pegue suas tralhas e saia daqui !!!! Volte pro seu sertão!
Retirante: Com todo respeito Dona Brasília, mas sou nordestino, vivi numa terra seca , enfrentei fome e sede e não desisti, sou cabra macho e não saio daqui sem lutar, não tenho nada mas sou fio de Deus .
Brasília: Mas aqui você não fica aqui. Saia!
Neste momento entra em cena o político
Político: O que está acontecendo Brasília? Por que a gritaria?
Brasília: É esse candango que insiste em ficar nas minhas terras! Não quero ele nem os seus aqui!
Político: Concordo contigo! Essa história de igualdade, de pessoas com níveis diferentes vivendo em harmonia e igualdade é utopia, palavras bonitas no papel. Mas querida Brasília, eles não tem valor, mas juntos podem nos causar alguns problemas. E você não quer ter notícias negativas nos jornais. Temos que transmitir uma imagem de justiça, pelo menos nesses primeiros anos. Que tal criar algumas cidades satélite para eles?
Brasília: Ótima idéia!
Político: Então tá deixe comigo, eu falo com os candangos, pois sou bom de discurso, tenho muitos anos de experiência em distorcer a realidade
Cena: O político abraça o candango e leva-o para fora e Brasília faz gesto de legal e sorrisos.
Música do Zé Ramalho
Narrador: Passaram –se os anos e a situação continua a mesma. Pessoas de todo Brasil sonham em conseguir uma casa própria e uma vida em Brasília e acabam em assentamentos , invasões e cidades não planejadas bem longe do centro político e econômico do Brasil. E os filhos de Brasília não recebem a herança dos esforços dos seus pais. Será que continuaremos perpetuando essa situação ? Você decide!
Narrador: Rose
Retirante: Paola
Brasília: Deise
Político: Aracely
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